Tip of the tongue ?

Quantas vezes nos deparamos com a necessidade de falar determinada palavra que não “lembramos” e temos aquela sensação de que ela está na ponta da língua? Algumas vezes, sabemos até os fonemas iniciais ou as primeiras letras; geralmente, nos vêm à mente outras palavras (que às vezes chegamos a produzir em voz alta) e até mesmo sensações vagas, mas certamente relacionadas de alguma forma à palavra desejada. Recorremos à lembrança de rostos, situações, estórias, na tentativa de trazê-la à tona. Temos a percepção de saber a palavra, de “saber que se sabe”, mas não conseguimos evocá-la no momento adequado. Apesar de parecer algo muito intuitivo, este fenômeno tem sido alvo de pesquisas no campo da neuropsicologia e da neurolinguística, pois sua descrição e análise podem ajudar a compreender aspectos relevantes do funcionamento semântico-lexical.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Aspectos teórico-metodológicos do fenômeno referido como palavras na ponta da língua

Queridos amigos, hoje postarei rapidinho só para dizer que quem se interessar pelo assunto e quiser entender melhor a minha perspectiva de trabalho, tem um artigo na Revista Estudos Linguísticos em que eu cito inclusive este Blog - Veja só que (Meta)postagem !!!

Abraços
Marcus

Para baixar o artigo, clique aqui

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

“A existência do esquecimento nunca foi provada; apenas sabemos que alguma coisa não vem a mente quando queremos”.

Agora durma com uma dessas... Encontrei essa frase em um prefácio de um livro de bolso chamado memória - De J. Foster. Ao saber que era de Niestzche, claro que tive que conferir suas reflexões sobre o esquecimento. 

Niestzche refletiu sobre o esquecimento de forma muito original. Para o autor, pode-se ver o esquecimento como uma força contrária a capacidade de prometer. Vejamos : 


"Criar um animal que pode fazer promessas - não é esta a tarefa paradoxal que a natureza se impôs, com relação ao homem? Não é este o verdadeiro problema do homem?... O fato de que este problema esteja em grande parte resolvido deve parecer ainda mais notável para quem sabe apreciar plenamente a força que atua de modo contrário, a do esquecimento".


Se interessou ? Tem muito mais sobre o tema lá no Genealogia da Moral, Segunda dissertação... Essa leitura vale a pena.

Abraços !








terça-feira, 2 de julho de 2013

Uma perspectiva bakhtiniana

Oi gente, sei que estou meio em falta com a proposta de escrever um texto por mês, peço desculpas, mas é que estou fazendo um estágio de pesquisa na Itália, com os professores Augusto Ponzio e Susan Petrilli. Chique, né ? 

Em breve escrevo sobre a abordagem baseada na Filosofia da Linguagem que estou estudando por aqui. Por ora, apresento o texto que está publicado no livro do Rodas Bakhtinianas de 2012. Este texto aproxima o nosso querido Bakhtin do tema de sempre, os TOTs.

Uma boa leitura.
Abraços.






quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

As pinturas rupestres.

Oi gente, tudo bem ? 





Hoje eu vou começar contando sobre uma viagem que fiz para o Piauí, em São Raimundo Nonato. Visitei um lugar fantástico por lá, chamado serra da capivara. As pinturas rupestres que tive oportunidade de ver datam de mais de 50.000 anos, de acordo com a arqueóloga Niede Guidon. A importancia desse tipo de pinturas para o estudo da memória é fundamental.

De acordo com Bakhtin (1997 : 294), sempre que temos contato com um texto, ele nos impõe uma compreensão responsiva. A nossa capacidade de compreender está intimamente ligada a nossa capacidade de dialogar com o texto. Para o autor :

 “[...] todo enunciado - desde a breve réplica (monolexemática) até o romance ou o tratado científico - comporta um começo absoluto e um fim absoluto: antes de seu início, há os enunciados dos outros, depois de seu fim, há os enunciados-respostas dos outros […].


Ainda hoje me impressiona a possibilidade narrativa das pinturas que vi no Piauí, e como as pinturas continuam comunicando com quem quiser olhá-las, mesmo tantos anos depois.

Estes tipos de registros podem evidenciar uma forma de narrar algo para um grupo, assim como de evitar que um fato seja esquecido (Ainda que nem sempre sejamos capazes disso, afinal, quem nunca fez uma anotação e depois não conseguiu lembrar o motivo de ter anotado ?).

Sobre os TOTs ? Sabiam que existe uma variante do fenômeno chamada de Tip of the Pen ? Pois é, foi descoberta nas linguagem logográficas chinesas... Será que houve uma variante para as pinturas rupestres ? Quem saberá...

Feliz 2013 !

Obs. O livro do Bakhtin é o Estética da Criação Verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 5 ed. São Paulo. Matins Fontes, 1997.