Tip of the tongue ?

Quantas vezes nos deparamos com a necessidade de falar determinada palavra que não “lembramos” e temos aquela sensação de que ela está na ponta da língua? Algumas vezes, sabemos até os fonemas iniciais ou as primeiras letras; geralmente, nos vêm à mente outras palavras (que às vezes chegamos a produzir em voz alta) e até mesmo sensações vagas, mas certamente relacionadas de alguma forma à palavra desejada. Recorremos à lembrança de rostos, situações, estórias, na tentativa de trazê-la à tona. Temos a percepção de saber a palavra, de “saber que se sabe”, mas não conseguimos evocá-la no momento adequado. Apesar de parecer algo muito intuitivo, este fenômeno tem sido alvo de pesquisas no campo da neuropsicologia e da neurolinguística, pois sua descrição e análise podem ajudar a compreender aspectos relevantes do funcionamento semântico-lexical.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

As pinturas rupestres.

Oi gente, tudo bem ? 





Hoje eu vou começar contando sobre uma viagem que fiz para o Piauí, em São Raimundo Nonato. Visitei um lugar fantástico por lá, chamado serra da capivara. As pinturas rupestres que tive oportunidade de ver datam de mais de 50.000 anos, de acordo com a arqueóloga Niede Guidon. A importancia desse tipo de pinturas para o estudo da memória é fundamental.

De acordo com Bakhtin (1997 : 294), sempre que temos contato com um texto, ele nos impõe uma compreensão responsiva. A nossa capacidade de compreender está intimamente ligada a nossa capacidade de dialogar com o texto. Para o autor :

 “[...] todo enunciado - desde a breve réplica (monolexemática) até o romance ou o tratado científico - comporta um começo absoluto e um fim absoluto: antes de seu início, há os enunciados dos outros, depois de seu fim, há os enunciados-respostas dos outros […].


Ainda hoje me impressiona a possibilidade narrativa das pinturas que vi no Piauí, e como as pinturas continuam comunicando com quem quiser olhá-las, mesmo tantos anos depois.

Estes tipos de registros podem evidenciar uma forma de narrar algo para um grupo, assim como de evitar que um fato seja esquecido (Ainda que nem sempre sejamos capazes disso, afinal, quem nunca fez uma anotação e depois não conseguiu lembrar o motivo de ter anotado ?).

Sobre os TOTs ? Sabiam que existe uma variante do fenômeno chamada de Tip of the Pen ? Pois é, foi descoberta nas linguagem logográficas chinesas... Será que houve uma variante para as pinturas rupestres ? Quem saberá...

Feliz 2013 !

Obs. O livro do Bakhtin é o Estética da Criação Verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 5 ed. São Paulo. Matins Fontes, 1997.