Tip of the tongue ?

Quantas vezes nos deparamos com a necessidade de falar determinada palavra que não “lembramos” e temos aquela sensação de que ela está na ponta da língua? Algumas vezes, sabemos até os fonemas iniciais ou as primeiras letras; geralmente, nos vêm à mente outras palavras (que às vezes chegamos a produzir em voz alta) e até mesmo sensações vagas, mas certamente relacionadas de alguma forma à palavra desejada. Recorremos à lembrança de rostos, situações, estórias, na tentativa de trazê-la à tona. Temos a percepção de saber a palavra, de “saber que se sabe”, mas não conseguimos evocá-la no momento adequado. Apesar de parecer algo muito intuitivo, este fenômeno tem sido alvo de pesquisas no campo da neuropsicologia e da neurolinguística, pois sua descrição e análise podem ajudar a compreender aspectos relevantes do funcionamento semântico-lexical.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Willian James e os TOTs.


Sir Willian James foi um dos primeiros autores a escrever algo sobre os TOTs. A citação é amplamente conhecida e reproduzida em grande parte dos estudos que se dedicam a tentar descobrir o que ocorre com as palavras que ficam na ponta da língua.

“Suppose we try to recall a forgotten name. The state of our consciousness is peculiar. There is a gap therein; but no mere gap. It is a gap that is intensely active. A sort of wraith of the name is in it, beckoning us in a given direction, making us at moments tingle with the sense of our closeness and then letting us sink back without the longed-for term. If wrong names are pro- posed to us, this singularly definite gap acts immediately as to negate them. They do not fit into its mold.” (1890:251)

É bastante interessante como o autor nos faz refletir sobre a singularidade do nome que falta. Temos aí um "vazio intensamente ativo" que faz com que outras palavras sejam rejeitadas. Dito de outra forma, somente ficamos satisfeitos quando achamos aquela palavra, única e insubstituível. Às vezes nos sentimos mais perto, outras vezes sentimos que nos distanciamos - Realmente, este estado de nossa consciência é peculiar... Certo ? 
Ainda que outros autores certamente tenham refletido sobre este tema antes do ano de 1890, pensar que há mais de um século estamos tentando decifrar esse enigma é, no mínimo, surpreendente ! Para quem quiser buscar a citação: James, W. (1890). The principles of psychology, volume 1 (New York: Holt) -  Para acessar o link para leitura online do livro basta clicar aqui ! 


Nenhum comentário:

Postar um comentário